Breve dissertação
A forma – descontraída, feliz – como Paulo Jorge, jogador do Benfica, discorreu na conferência de imprensa de ontem é a materialização inexorável da prevalência do factor individual sobre o factor colectivo para o consubstanciar da realização pessoal de um indivíduo. Aquele homem – que transpirava alegria por todos os poros – não poderia ser (a julgar pelas aparências) atleta de uma equipa que está muito longe de corresponder às expectativas que sobre ela estavam depositadas. Muito menos será um homem solidário com o seu grupo e – mais do que isso – com o líder do seu grupo (que está, literalmente, com a corda na garganta) e com um dos seus jogadores mais carismáticos e influentes (martirizado por caso insólito e doloroso de lesão mal diagnosticada).
Por mais que os artistas clamem – por via de frases feitas e estereotipadas - que o que interessa é a equipa, na verdade todos sabemos (melhor: eles próprios o sabem) que o que os faz felizes é o elevar do seu rendimento individual. Nem melhor nem pior do que nas restantes áreas da vida. Apenas com mais mediatismo. Nada mais simples: a única camisola que verdadeiramente amamos é a pele que vestimos.
2 Comments:
a pele que vestimos e o dinheiro que ganhamos.
Caro Manu,
essa é, certamente, mais uma dissertação que poderá brotar desta; ficará para uma próxima oportunidade.
Abraço.
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