22 maio 2006

A ingenuidade do miúdo

Era, até há bem pouco tempo, fã incondicional do Cristiano Ronaldo. Admirava-lhe o drible, admirava-lhe a irreverência, admirava-lhe, sobretudo, a namorada. E é precisamente neste último ponto que reside o fulcro da minha mudança de opinião; sim: deixei de ser fã do miúdo do Manchester. Não me merece qualquer respeito alguém que, colocado perante uma escolha muito simples – estar mais de um mês em actividades eminentemente libidinosas com a Merche Romero ou (imagine-se a insignificância) poder ser campeão mundial de futebol em selecções –, opta por esta última possibilidade. Ao dizer “sim” à ida ao Mundial, Cristiano Ronaldo deixou bem claras duas coisas: 1) afinal de contas até sabe falar português[1]; 2) é – e eu não sou homem de meias palavras – Ga.[2]
Por outro lado, toda a ingenuidade do jovem jogador do Manchester United veio ao de cima nesta decisão. Parece evidente para qualquer ser pensante (deixa lá, Marques Mendes, para a próxima escrevo algo que entendas) que Cristiano Ronaldo trocou, de forma leviana, o certo pelo incerto. As hipóteses de a selecção portuguesa o fazer levantar o troféu são, convenhamos, bastante diminutas. Ao invés, com Merche Romero ao lado no aconchego dos lençóis, levantar o troféu seria, em meu entender, tarefa extremamente simples. O difícil seria, talvez, evitar o abrir do champanhe antes do momento certo para a celebração a dois. Enfim, opções. Enfim, é tempo de vos deixar, caros amigos. A Merche já saiu do duche.


[1] Embora pareça fácil, proferir a palavra “sim” parecia ser missão impossível para o jogador que actua em Inglaterra, o que remete, desde logo, para uma velha teoria minha, segundo a qual há uma relação inversamente proporcional entre o talento futebolístico e a capacidade de articular palavras. Bastará escutar com atenção uma conversa entre o Eusébio e o José Veiga para para o comprovar de forma indelével. Poderá – e muito bem – o nobre leitor observar que o José Veiga não é um craque da bola e, ainda assim, não consegue articular uma palavra de forma correcta. Mas, nesse caso em específico, a minha teoria não se aplica. José Veiga não consegue articular uma palavra de forma correcta não por ser um craque da bola, mas apenas por ser disléxico. Tem, em compensação, um dom especial noutra área. Só é pena ainda ninguém ter descoberto em qual.

[2] O que explica, bem vistas as coisas, alguns dos seus critérios ao nível da escolha de indumentária. Contudo, gostaria de esclarecer que não advogo que ele deveria mudar de loja onde compra o seu vestuário. Penso, apenas, que deveria experimentar a secção dos homens.

1 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

eheheheheh

já tinha saudades de te ler, lagarto!!

segunda-feira, maio 22, 2006 4:56:00 da tarde  

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