O debate que faltava
Na prossecução do serviço público que desde sempre faz questão de praticar, Futebloguês promove, hoje, nas suas humildes instalações virtuais, um debate entre José Veiga e Pinto da Costa. Para que tudo seja, de uma vez por todas, dito. Porque já não há paciência para ouvir esta – passe a expressão – gente.
Iniciemos, então, o nosso debate, que irá ser moderado – por se temer um despique acirrado e por vezes difícil de controlar – por um disciplinador por excelência. Sim, adivinharam: José Peseiro – o homem a quem um dia (apesar de as más-línguas terem criado boatos hediondos) Fábio Rochemback disse, após ter sido substituído – e enquanto fazia gestos vigorosos na direcção da zona onde terminam as costas: “sim, senhor Peseiro, quando chegar ao balneário limpo-lhe o seu nobre rabinho com toalhetes húmidos Dodot”.
José Peseiro (JP): Boa noite, meus senhores. Queria antes de mais pedir-lhes que o bom-senso e a educação predominem nesta nossa conversa e que…
José Veiga (JV): Cala-te lá, ó Péseiro! Avança mas é com esta merda!
JP: Ok. Peço desculpa…Senhor Pinto da Costa, o que é que o move contra José Veiga? Porquê toda esta animosidade?
José Veiga interrompe:
JV: É assim…ó Péseiro, se voltas a chamar-me animosi..animosa…animosi…isso que disseste…se voltas a chamar-me isso eu não respondo pelos teus actos, ouviste? Que seja a última vez. Quem semeia cebolas come tempestades…
JP: Peço mais uma vez desculpa pela impertinência…
Pinto da Costa (PC): Se me permite, ilustre José Peseiro, homem que muito admiro e que conseguiu quase lebar o Sporting a muitos títulos, eu gostaria, agora, de interbir. Se me permitir, obiamente…
JP: Claro que sim, senhor Pinto da Costa. E devo agradecer os elogios e retribui-los, dizendo que o senhor é um ícone do desporto nacional, um homem que venceu dezenas de títulos quase de forma honesta. Faça favor de dizer.
PC: Antes de mais nada, e com o debido respeito que qualquer pessoa me merece, eu gostaria de afirmar, com toda a beemência, a minha posição, segundo a qual este senhor que aqui está à minha frente é, bá lá, um palhaço.
JV: Ai que eu vou-me a ele!
José Veiga tenta levantar-se e é impedido – de forma civilizada – por um grupo de jovens vestidos de azul e branco com naifas reluzentes nos bolsos e que cantam músicas de apoio ao Porto, mas que têm uma faixa que diz “Não somos os Super-Dragões e nem sequer fomos pagos para estarmos aqui a defender o Papa.”
JV: Na minha terra diz-se que quem não mente não é filho de boa gente. Ai que eu vou-me a ele! Mais vale um árbitro na mão que dois a cantar. Não sei para que é que disse esta frase agora, mas saiu-me. Espero que não estejam a gravar. Pela boca alumia o feixe…
PC: Ok, ok, caro amigo, eu retiro o que disse. O senhor não é, na realidade, um palhaço; o senhor é, permita-me que corrija com toda a humildade, um pus malcheiroso que liberta excrementos pútridos e biscosos.
José Veiga mostra-se bem mais satisfeito.
JV: Ah, agora sim! É bom ver que, apesar de ser um ditador, o senhor é capaz de me reconhecer algum valor. Só os burros é que não zurram…
JP: Mas diga-nos uma coisa, José Veiga, é verdade que o senhor é portista de coração?
JV: Ãh…ãh…ãh…Bem…Na verdade nem tudo o que é da Luz é couro, se é que me faço estender…
JP: Não, não estou a entender. Importa-se de explicitar?
José Veiga levanta-se nervoso e parte para cima de Peseiro, cobrindo-o de pancada. Desta vez, estranhamente, o grupo de jovens vestidos de azul e branco nada faz.
JV: Essa foi demais, meu amigo! Não admito que alguém me chame explici…expli…explicit…isso! Não admito que alguém me chame isso!
Pinto da Costa está calmamente a observar tudo.
PC: Bem, penso eu de que está na hora de me ir embora. Aqui já nada mais há para fazer…Senhor José Peseiro, homem que tanto admiro, sabe dizer-me onde é a saída?
José Peseiro, mesmo a ser pontapeado no chão por José Veiga, responde de forma educada:
JP: De acordo com a minha concepção táctica, deve optar por entrar pela faixa esquerda e criar o desequilíbrio basculante na porta do lado direito.
PC: Ok. Irei pela faixa direita e criarei o desequilíbrio basculante na porta do lado esquerdo. Obrigado pela dica.
JV: Já vais, ó Pinto? Estás com mufa…muifa…miifa…muufa, isso!, não é? Pé que nasce torto nunca se estreita, não é? Eu logo vi…Mas na cigana andaremos, pelo gominho nos comeremos…O último a cair é o que dói melhor, caro amigo…Há dar e dar, há cair e levantar…Homem sem vestido, come-se por dois…Há calos que vêm por bem...A justi…
O grupo de jovens vestidos de azul e branco e que não são dos Super-Dragões interrompe José Veiga, agarra-o pelos colarinhos, e promete-lhe, com carinhos em todo o corpo, uma noite bem passada.
De repente, Luís Filipe Vieira invade o estúdio, dizendo alto e bom som:
- Hum hum, hum hum, hum hum…
Vem acompanhado por Moretto, que – com a sua pujança física – agarra em José Veiga e o retira dos braços carinhosos dos jovens que não são dos Super-Dragões. No entanto, e quando se preparava para fugir com Veiga nas mãos, Moretto, de forma inexplicável, deixa o director-desportivo do Benfica escorregar-lhe pelos dedos e cair ao chão. Luís Filipe Vieira e Moretto têm, assim, de fugir em corrida do estúdio, com o presidente encarnado a vociferar em voz bem alta na direcção do guarda-redes brasileiro:
- Hum hum, hum hum, hum hum…
José Peseiro, esse, continua – ainda agora – no estúdio, com o seu bloco de notas, procurando descobrir a melhor táctica para sair do local.
5 Comments:
Se me permites uma opinião, conheces aquela máxima "Mais vale pouco e bem..."?
EXCELENTE!!!
Grande sentido de humor e muita piada mesmo. Fartei-me de rir.
Parabéns.
Um abraço.
www.portistasdebancada.blogspot.com
espectacular.
Hilariante! :)
EXCELENTE
MUITO BOM
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